
Workleisure 2024
Por: Ignez Ferraz
Palavra do momento para resumir as tendências da moda, interiores e design para este ano.
Estamos numa era que pode tudo, onde todos devem seguir seu estilo próprio, até porque os movimentos se revelam cíclicos. A SIMPLICIDADE e a PRATICIDADE deveriam reinar sempre, aliadas ao CONFORTO, independentes de qualquer modismo.
O conceito workleisure é isso – vestuário ou mobiliário multifuncionais, com combinações fáceis onde as peças avulsas combinam entre si, formando diversos looks para diferentes propósitos. O consumidor está se tornando mais exigente em relação a tendências passageiras e optando por investir em qualidade, conivente com o que desejam expressar – sua personalidade.
Na Arquitetura, a busca pela luz natural, não pode ser considerada como uma tendência, pois sempre existiu – assim como a integração interior x exterior, cada vez mais híbrida e valorizada. O mobiliário outdoor/indoor se metamorfoseou numa única linha, numa integração mais radical.
As plantas internas, além de purificarem o ar, trazem calma e bem-estar. Para quem tem um jardim, a existência de pergolados e gazebos aumentou, para um pequeno estar ou, principalmente, zona de refeições. E, por que não um “open bar”?
O que modificou nos últimos anos foi, sociologicamente, a retirada do quarto de empregada com a interessante transformação da cozinha em zona social. A área de serviço, antes renegada, teve seu status com preocupação renovada. Um pouco mais recente, foi o uso oficial do home-office (ou “office-home”, como nomeei três linhas de escritório com características caseiras, projetados para a Feira Construir em 2003). Nele, a tecnologia será um foco importante, mas inserida numa atmosfera inspiradora, com móveis ergonômicos e iluminação adequada, para maior produtividade.
Porém, como os cômodos estão cada vez mais exíguos, este terá uma dupla função residencial, mas não um ‘cantinho’ – assumido! Com a planta aberta, divisórias de palhinha ou madeira vazada – fixas ou móveis – continuam sendo bem-vindas. As fibras naturais e artesanias permanecem em alta, proporcionando aconchego – cerâmicas artesanais, acessórios de tricô e crochê (principalmente nos pufes e almofadas).
Sem dúvida, é crescente a conscientização pela sustentabilidade, com uma maior procura por materiais reciclados e produtos menos danosos ao meio ambiente. Ainda assim, nada disso é novo – é o MINIMALISMO SUSTENTÁVEL mas ACOLHEDOR (com influências da elegância japonesa e funcionalidade e aconchego escandinavo).
O foco é abraçar a beleza das imperfeições
(como na vida) e valorizar suas próprias preferências.